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sábado, 18 de outubro de 2008
Falemos um pouco dos treinos...
Porquê falar dos treinos? Questionarão alguns? Na verdade o que as pessoas gostam mesmo de falar é dos jogos. Da competição, dos resultados. «Ganhámos? Por quantos? Quantos marcaste?».
Eu tenho uma ideia completamente diferente. Uma ideia que me ficou de uma experiência de infância. Tinha eu 12 anos... e «dava uns toques» de ping-pong na mesa da escola. Um dia um dos «craques» da escola, que jogava federado, convidou-me a ir ver um treino. E deu a dica ao treinador, «mister, este amigo meu dá uns toques, acha que ele podia vir treinar connosco?».
Eram cerca de 21:30... o Homem desafiou-me. deu-me uma raquete para a mão e testou-me. faz assim, agora assado, mexe as pernas, coloca o braço assim, a perna faz o movimento assim, tens de ir com o braço abaixo buscar a bola, movimento do corpo...»
Enfim, saí do clube perto das 02:00...
Conclusão, o treinador achou que eu tinha muito a aprender, mas tinha potencial.
Ao fim de 3 meses a competir... eu era o melhor jogador do escalão. Ao fim de dois anos a competir, eu era cadete e fazia jogos pelos seniores...
Sabem qual era a receita daquele senhor? Chamava-se Arsénio, o pobre homem, que tinha uma vida dura, trocava moedas numa sala de jogos, ganhava muito pouco... Mas tinha o orgulho, a cabeça levantada, a vaidade de quem tinha sido, em jovem, campeão nacional de ténis de mesa pelo Sporting.
Ora, a receita era só uma. Ele repetia-o diariamente: «Dediquem-se ao máximo nos treinos. Sempre a corrigir o que fizerem errado. Sempre que errarem, repitam o movimento correctamente. Concentrem-se. dedicação máxima, nos treinos. É nos treinos que eu quero que vocês dêem o máximo... Ninguém aprende nada nos jogos. Nos jogos concretizamos aquilo que aprendemos nos treinos. Nos jogos funciona a cabeça... a capacidade de concentração de não se deixar perturbar com o adversário. A técnica, essa... só treino, horas e horas de suor, sempre a melhorar a performance... sempre a aperfeiçoar, cada vez melhor, cada vez mais rápido...»
Percebem agora porque gosto tanto dos treinos do Almada?
É ali que se vai criar a equipa. É na automatização de movimentos, é saber que sempre que eu passar para o meu colega da direita e correr em frente eu sei que ele me vai meter a bola em determinado sítio, e o adversário não sabe...
São estas coisas que se aprendem em treinos bem organizados.
O meu filho treinou, desde os 8 anos no Charneca. Um clube com gente boa, esforçada, a fazer tudo sem quaisquer ajudas, sem apoios... gente sacrificada que faz aquilo por carolice, e por isso respeito-os muito.
Mas, sinceramente... os treinos... aprendia-se pouco.! Muita brincadeira... muita desorganização... pouca acção de correcção junto dos miúdos. Os que fazem mal, continuarão sempre a fazer mal que ninguém lhes diz que aquilo está mal!
Gosto quando um dos treinadores se apercebe que os miúdos estão a aparvalhar e dá uns gritos, como se estivéssemos na recruta. Alguns pais eventualmente pensarão: «Épá... que bruto.... não era preciso tanto...»
Pois, enganam-se. Estes miúdos estão em idade de brincar muito, mas se nós os queremos ali para aprender... não é a fazer o mesmo que fazem no recreio da escola. Ali têm de estar concentrados. Ali têm de perceber o que lhes dizem para fazer, e devem tentar fazer da melhor forma que sabem...
Sei que ainda passou pouco tempo. Mas já noto... já noto qualquer coisa. A forma como alguns deles já trocam a bola entre eles...
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Concordo perfeitamente, nota-se uma diferença na qualidade dos treinos, o que eu registo é que desde o 1º ao último minuto do treino todos os exercícios se fazem com bola. Já não fazem aquelas corridas entediantes de aquecimento, de 15/20 min. Ainda é cedo mas daqui por pouco vamos notar os resultados destes métodos.
ResponderEliminarSaudações desportivas
Totalmente de acordo. Embora por vezes não se goste de certas atitudes, mas tem-se de respeitar quem dirige os treinos. O meu filho treinou 2 anos no Corroios e apenas 1 mês no Amora, porque aqui a desorganização era tão grande que não valia a pena estar a perder tempo, mas agora os métodos usados não têm nada a ver com a prática anteriormente utilizada. Saudações desportivas.
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