Almada - 2 Charneca - 4 16MAI2009 (análise jogo)

Jogo fraco. Diria que o pior jogo do Almada nesta segunda volta! Fraquíssimo! Parece que desaprenderam. Erros e mais erros. Individualismos. Falta de garra.
Já li algures que os processos de aprendizagem são assim mesmo, com avanços e recuos. Hoje houve claramente um recuo!

Houve jogadores que nem os reconheci, tanta asneira fizeram.
Depois, ainda por cima, hoje estavam todos assim... podia acontecer com um ou outro jogador em baixo de forma, mas não, foram quase todos.
Por isso, queria desde já, sublinhar aqueles que, a meu ver, foram a excepção à regra:

1º: o André. Para mim, o jogador que mais tem evoluído. Cada vez mais inteligente a jogar, a aproveitar a rapidez, a perceber que o segredo está na atitude com que disputamos a bola, sempre a acreditar, a não perder tempo com a bola nos pés, a levantar a cabeça à procura do jogador melhor colocado. Teve hoje algumas falhas, mas entre a miséria de jogo que vimos foi, a meu ver, dos melhores jogadores em campo.

2º O Mário. Também teve falhas, estava com dificuldade em dominar os «balões» do guarda-redes para o meio campo, falhou alguns passes, mas no global, e comparando com o desempenho do resto da equipa, esteve muito bem. Quer defensivamente, quer a empurrar para o ataque. Aliás, o facto de ter marcado dois golos, mostra bem como esteve a equipa, o Mário raramente chuta à baliza, raramente procura entrar com a bola nos pés para a área, 90% das vezes está à procura de alguém para passar a bola. e Hoje marcou dois golos...

3º O Kardi. Jogou pouco, e também cometeu os seus erros, mas fez talvez o seu melhor jogo, com uma atitude mais enérgica, com convicção sempre que tinha a bola nos pés, a levantar a cabeça (algo que falhou muito hoje, mesmo muito) a pressionar o adversário.


O QUE ACHO QUE FALHOU HOJE


Não houve concentração. Os miúdos estavam perdidos, não faziam nada do que sabem fazer. E no caso de hoje nem sequer há a desculpa de que a equipa adversária era muito forte, porque o Charneca estava muito desfalcado e nem sequer foi uma equipa muito perigosa.

Ou seja, a responsabilidade deste jogo fraco foi só nossa.
Depois, há sempre o factor sorte. E o factor «abusar da sorte».
Quando se cometem erros, uns atrás dos outros, sujeitamo-nos! Falhamos golos de baliza aberta...

Um penalty desnecessário (acho que foi arriscado meter o Santana a jogar tanto tempo, vem de uma lesão que me parece ainda não estar totalmente recuperada - estava muito lento e receoso, o que é natural) um livre também desnecessário que deu golo, jogadas em que não havia ninguém na defesa porque estavam todos desconcentrados e ninguém estava atento à possibilidade de se perder a bola e ter de marcar o «seu» jogador adversário... tudo isto se paga!

- Mas, para mim, o mais grave foi outra coisa. Hoje estavam todos egoístas. Todos.

NA FRENTE, destaco:
O Luís, que costumava ser um jogador sempre atento aos colegas de equipa... que eu achava (escrevi-o aqui várias vezes) que devia ser mais egoísta e às vezes correr para a baliza em vez de procurar um colega de equipa... hoje esteve especialmente egoísta. A segurar demasiado a bola. lento a perceber que tinha de se desmarcar... Um jogo muito fraco. Teve as duas oportunidades mais flagrantes de todo o jogo, e não conseguiu marcar. Acontece! Deixou-se ficar encostado aos defesas, sem sair da marcação e, pior, quando recebia nos pés era sempre comido pelo defesa. Ou seja, estava lento.

O Galego, que me parece que é dos jogadores que mais tem retrocedido, só queria fazer as suas habituais fintinhas, tendo desperdiçado 3 ou 4 jogadas que podiam dar golo, só porque quer exibir-se... isto deixa a equipa de rastos e leva os outros a fazer o mesmo: «Ah, não passas a bola? Então quando a tiver nos pés faço o mesmo... estou a correr para quê?» É um desperdício de capacidades. Um pai dos pequeninos do Cova da Piedade estava a ver o jogo e dizia, «este miúdo pequenino tem bons pés!». Pois tem. bastou-lhe ver 10 minutos de jogos para concluir: «Tem bons pés, mas não passa bola... aquilo não dá em nada...» NEM MAIS! É jogar para a exibição pessoal, acima do jogo de equipa. Assim não dá!


O Isaque, que voltou aos seus tempos iniciais de muita trapalhice... chutos desconexos para um lado qualquer, sem levantar a cabeça, sem olhar, sem pensar o jogo...


O Virginaldo é o jogador que teima em não dar o salto. Entra em jogo como se estivesse a brincar com os amigos na rua. Não se esforça um bocadinho. Não se vê o miúdo a dar o litro uma única vez. Entra devagar, devagarinho... Desatento, não verifica as marcações... Como se dizia quando eu era miúdo, «só quer é mama»... descansadinho à espera da bola!!! Não pode ser, tem de se lutar para ganhar a bola ao adversário...


NA DEFESA:

O Rui voltou aos seus tempos de nervosismo, pontapé para a frente sem nexo e sempre a refilar com os colegas. A perder as marcações várias vezes, e muito nervoso, reflexo, penso eu, de ver que o resto da equipa estava toda muito atabalhoada e a perceber que ia sobrar para ele... o Charneca a aparecer em superioridade na defesa. Apesar de tudo, o Rui teve bons momentos no jogo, mas teve outros para esquecer.

A Maria jogou agora bastante tempo. depois da choradeira da semana passada porque jogou pouco, o «mister» deve ter entendido que desta vez, tinha de a deixar jogar, e deixou mesmo. Arriscou demasiado, a meu ver. Para satisfazer o capricho da Maria, no início da segunda parte poderiamos ter sofrido 3 ou 4 golos seguidos, tantas foram as fífias na defesa. Com o Santana lentíssimo da lesão muscular e a Maria a esquecer-se que é defesa e a correr para a área contrária... aquela defesa era um buraco completo: (A meu ver outro erro táctico, enquanto a Maria jogava eu teria em campo o Rui e não o Santana...) A favor da Maria, aquilo que ela tem e que parece que mais ninguém tem, e é pena: GARRA! Vontade de jogar! Fome de bola! Acreditar! Dar o litro!
A Maria tem isto duas vezes mais que o necessário, mas falta-lhe o resto, falta-lhe a calma, o levantar a cabeça, a atenção às marcações, a inteligência de não se deixar ultrapassar...



Esteve Muito público a ver este jogo. Juntaram-se os pais dos Escolinhas A, e formou-se uma claque muito ruidosa e bem disposta, o que é sempre bom de ver, ainda para mais com uma bela arbitragem.

Veja-se que perdemos os 2 jogos (2-4 contra Charneca e 1-2 contra o Piedade) mas os pais estavam todos bem dispostos e divertidos, a provar que não nos interessa ganhar ou perder, interessa-nos que os miúdos se divirtam.



APESAR DE TODA A GENTE DIZER QUE O SINTÉTICO VAI CHEGAR MESMO, eu começo a ter muitas dúvidas...

Mas se vier, nós pais vamos ter de insistir muito para que se coloque naquelas bancadas uma cobertura. Hoje estava muito calor e eram 09:00, estava insuportável, agora imaginem quando houver jogos à tarde... treinos, torneios... ninguém aguenta aquilo ali.


ESCOLAS «A»

ALmada - 1 C.Piedade - 2


Foi a primeira vez que vi os miúdos num jogo oficial (já os tinha visto no torneio com pais na Pousada da Juventude) e gostei muito do que vi.

Aliás, depois de ver os Infantis, não resisto a fazer algumas comparações.

1.º Independentemente do desenvolvimento que cada um dos jogadores possa ter nos treinos que estão a ter nas Escolas SLB desde Setembro, há aptidões naturais dos miúdos que não se ensinam, ou se sabe ou não se sabe. E aqueles miúdos dos escolinhas que eu hoje vi jogar... não tenho dúvidas, compõem um grupo homogéneo com muitas mais capacidade que o grupo dos infantis. Não vale a pena escamotear. Tecnicamente, são muito melhores. Não vi um único miúdo dos escolinhas que não saiba dominar uma bola que vem alta, com a rapidez necessária para desviar um adversário e passar a um colega. Quantos miúdos temos nos infantis com esta capacidade técnica? Eu diria que uns 4 ou 5... A maioria dos nossos em situações dessas atiram um biqueiro para a frente...

2.º A atitude em campo. Aqui há uma componente motivacional que se prende, a meu ver, com os métodos de treino e a capacidade de liderança dos treinadores. Os escolinhas dão mesmo o litro. Todos eles. Não vi um sequer que andasse ali a passear... Nós nos infantis temos vários jogadores assim, que ainda não perceberam que têm de lutar para ganhar a bola ao adversário, que ainda não perceberam que têm de estar com «um olho no burro e outro no ladrão» sempre a ver quem têm de marcar. Simplesmente, esquecem-se. Correr para a frente... e alguém que defenda... que eu não estou para isso... Não tem comparação! também aqui os Escolinhas ganham por muitos aos infantis.

3.º Jogo apoiado. Aquilo que eu vejo nos treinos, de jogarem apoiados, de haver sempre uma linha de passe, eu vi hoje a ser aplicado de forma metódica no jogo dos escolinhas. Se há um jogador apertado, há logo um ou dois a correr para perto para receber a bola. Nos Infantis, vejo isso às vezes... quando calha. Está um, jogador muito pressionado e os colegas de equipa continuam parados à espera, como que pensando: «Então? desenvencilha-te lá desses tipos e passa-me a bola!» quando a atitude correcta seria: «Aguenta 1 segundo que vou já aí ajudar-te, passa para aqui!». Faz toda a diferença...


Talvez por isso os pais do Cova da Piedade estivessem todos surpreendidos com o que estavam a ver: «Esta equipa não tem nada a ver com a do Almada do ano passado. Estes miúdos estão a jogar muito melhor».

Nas conversas entre pais ouvi ainda outras coisas interessantes.
Quem lá esteve viu perfeitamente que a equipa do Piedade é muito forte, não é por acaso que está em primeiro. Ora, aquela equipa, pelo que me disseram, e muito mais vasta.
Há jogadores titularíssimos que às vezes não são convocados. Que quer isto dizer? Que têm jogadores a mais. Têm muitos jogadores bons, e como são muitos, vão trocando. Um dos avançados do Piedade, dizia o pai, costuma jogar de 15 em 15 dias... vão trocando.
Por isso mesmo quando se faziam substituições não se notava nada na equipa. Não é pelo facto de estarem no banco que são piores jogadores. São todos bons, tão bons que há ainda outros tantos que ficaram em casa...


Bem, depois de ouvir esta explicação, perguntei quanto pagam os miúdos dos escolinhas. Então explicaram-me:

Na Formação pagam 35 euros, mas quando começam a competir nas equipas passam a pagar 15 euros.

Ou seja, e isto não é uma crítica, é uma mera constatação, o Almada estará sempre em desvantagem em relação a estes clubes do concelho. Que eu saiba, é o único clube que cobra prestações mensais elevadas aos miúdos que competem pelo clube.

A mim não me preocupa minimamente, porque (felizmente) tenho possibilidade de pagar as mensalidades, mas eu acho que os dirigentes do Clube e os da escola SLB deviam reflectir seriamente sobre esta situação, porque na verdade, muitos miúdos passarão por estas escolas do Almada, mas muitos irão embora, ainda para mais nesta conjuntura de crise...

Eu continuo a achar que o tipo de formação que é dada nas escolas do Benfica é muito boa, e o dinheiro pago é bem pago... mas uma coisa é a formação do Benfica, outra é o clube, o Almada, e com esta política, o Almada pode perder muitos miúdos para outros clubes... e as equipas perdem competitividade!



RELATO DO JOGO ALMADA - 2 CHARNECA - 4


O jogo começa equilibrado.
Aos 5 minutos de jogo há um optimo passe do Mário para a direita, onde está o Isaque, mas é muito lento, dá tempo ao defesa de cortar o perigo.
Mais uns minutos, novo passe do Mário para o espaço vazio, para os pés do Luís que tinha ainda uns metros para levar a bola mas decide chutar logo à entrada da área, o remate vai rasteiro, muito perigoso, mas a rasar o poste... para fora!
Seria o primeiro golo. Uma grande oportunidade.

O Almada até está a dominar, mas numa desatenção da defesa, o Charneca sobe em contra-ataque e estão 2 do Charneca sozinhos, é fácil fazer golo.

1-0 para o Charneca


Passam uns minutos e dá-se uma falta à entrada da área: Ricardinho do Charneca vai marcar e fá-lo de forma exemplar: Ao ângulo! O Ruben não tinha qualquer hipótese, é muito bem marcado!

2-0 para o Charneca


O Almada volta a fazer jogadas de ataque mas ninguém chuta, ninguém se desmarca, é um jogo muito fechado, sem saídas, sem remates... nada!
A dada altura o Mário ganha uma bola a meio-campo e puxa-a para a linha esquerda, passa por um, passa por dois, sobre com a bola para dentro da área e chuta à baliza, golooo!

2-1 golo do Mário

O Charneca volta a pressionar, bola dentro da área e o Santana a puxar a camisola do avançado. A srª árbitro a ver e a marcar penalty.

3-1 para o Charneca

INTERVALO.
O jogo está miserável. As jogadas não têm princípio-meio e fim. é tudo à toa! Muito pontapé para a frente.


Recomeça a segunda parte e está a Maria e o Santana à defesa.
A equipa está perdida. O Charneca desperdiça 3 ou 4 oportunidades de golo, de balisa aberta. mas o Rúben defende umas, os avançados do Charneca falham outras...

Uma sorte!
Até que entra o quarto, claro! Era uma questão de tempo!
Da forma como estava a equipa, e sem se mudar nada durante uns 10 minutos...

4-1

A equipa andou por ali despassarada durante uns bons 10 minutos, só no final do jogo se recompôs e começou a criar algumas oportunidades.
A dada altura um fora junto à linha de canto, o Mário recebe a bola e vira-se para a balisa, chuta, fraco, mas a bola entra.

4-2 Golo do Mário


O Almada cresceu um pouco a partir deste golo, e criou algumas jogadas de perigo, mas houve muito egoísmo, pouco jogo de equipa, não se viu a recuperação da semana passada no Beira Mar. Esteve muito longe disso!
Foi um jogo pobre!